sábado, 6 de fevereiro de 2010

Eleições 2010 - relevantes e importantes para a consolidação da democracia no país

Nesse período pré-eleitoral, onde estão sendo alinhavadas as alianças políticas para o embate que se aproxima, vejo com muita  clareza a indefinição do PSDB.
Vejam que estou falando em indefinição do Partido e não do Serra. Por que digo isso?
É evidente que, pelo andar da carruagem, o Serra sairá candidato se as pesquisas indicarem a sua liderança indiscutível, pois se não tiver certeza, ele se candidata à uma eleição onde se julga imbatível hoje, a sua reeleição para governador de São Paulo. Isso soa pra mim de forma muito estranha. Qual receio poderia ter uma pessoa como Serra, que é na minha avaliação um vencedor na vida? De perder novamente uma eleição presidencial?
Por que o Partido se permitiu ficar refém da vontade de um candidato a candidato, já que tem no mínimo um outro nome de relevância para a disputa que antevemos acirradíssima? Sim pois considero muito forte o nome do Aécio. No meu entender até mais forte que o do Serra. Eis a questão.
Acho que o PSDB, que não tem nada de democrático, vacilou, deixando um vácuo que poderia ter ocupado desde a sua criação,  que fosse exemplo de democracia partidária. Estamos precisando de um grande  partido  nacional com essa característica essencial.
Um pouquinho de história é necessário para efetuarmos a nossa análise.
Após o PMDB se tornar um balaio de gatos disforme e sem personalidade (até hoje com muita influência no cenário nacional, mesmo com todo o fisiologismo, mesmo com toda a sede de poder), o PSDB surgiu e cresceu, tornou-se relevante na vida nacional, também metendo os pés pelas mãos com privatizações mal formuladas (além da falta da transparência imprescindível) e erros na condução de políticas principalmente  na área da educação, privilegiando o desmonte e a falta de democracia na universidade pública. Será que merece nova chance?
O PT cresceu justamente ocupando esse filão, já que os partidos existentes  até então nunca oportunizaram aos seus filiados exercerem os seus legítimos direitos de deliberarem democraticamente em assembléias, sempre privilegiando as resoluções de gabinete, a portas fechadas, essa sim a forma de se fazer política no Brasil, razão da péssima avaliação com relação a credibilidade dessas importantes instituições.
Mas esse privilégio o PT perdeu, o de esteio da dignidade e da ética na política brasileira, com tantos desmandos, lambuzando-se no poder, após episódios  como o "mensalão" e dos "sangue-sugas das ambulâncias", sempre  varridos para debaixo do tapete. Como é possível essa varredura, sempre muito eficiente? Da mesma forma pergunto, será que merece continuar no poder?
A candidata do Lula, sim, pois após impô-la imperialmente ao Partido, sustentado por uma popularidade nunca vista na história desse país, e portanto com autoridade inquestionável nas hostes petistas (que não querem largar o poder - e quem quer?), poderá ser enfiada goela abaixo dos brasileiros, e pelo jeito, tem grande chance desse projeto ser vencedor, pois a oposição está sem rumo, não tem programa nenhum, só vai pensar no caso se em abril o Serra estiver com índices que lhe indiquem caminho livre para o Planalto, sem perigo de ser novamente derrotado por Lula, o grande cabo eleitoral de Dilma.
O que esperar dessas eleições federais de outubro?
De minha parte, gostaria de ver uma oxigenação na política nacional, com  debates sobre os grandes problemas a enfrentar. Quais as propostas nas diversas áreas, da saúde, da educação, das cidades, da segurança pública, da justiça, da cultura, da assistência social, da economia, das relações externas, etc? Quais os projetos? Mas será pelo jeito uma disputa onde os dois lados vão tentar jogar os podres uns dos outros, em horário nobre da TV e Rádios e nos portais mais  visitados da internet, tudo para que o eleitor possa escolher democraticamente o "menos ruim". 
O que considero mais grave, é que essas eleições são relevantes, importantes para a consolidação da democracia no país, hora boa e necessária para a alternância de poder, que considero concentrador demais. Bom, temos também que analisar o fator Ciro, o fator Marina, mas isso deixamos para a próxima.
Ronaldo São Romão Sanches, administrador, eleitor em Campo Grande-MS, e-mail: ronaldo.autonomista@gmail.com

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