sábado, 26 de março de 2011

Na Reforma Política quem será por nós?

Imagine delegar ao Fernandinho Beiramar a atribuição para que apresente um projeto de lei para combater o tráfico no Brasil. Inconcebível. Agora, imagine se é possível esperar que deputados federais concebam e apresentem projeto e alcancem um denominador comum de consenso a respeito de reforma política verdadeiramente coerente com a necessidade e a exigência que a sociedade brasileira lúcida reclama. O que se pode esperar de tal delegação, se lá, no Congresso Nacional, encontram-se muitos dos que foram eleitos pelas espúrias brechas que o sistema político brasileiro perpetua? Quais daqueles em quem votamos e ajudamos a eleger teriam a ombridade, a cidadania, a honradez e a sensatez de debruçar-se sobre a questão com desvelo e ética e apresentar a nós e ao Brasil sua cívica e histórica contribuição?

Qual político, eleito pelo sistema viciado, optará por excluir, nesse projeto, o danoso recurso que o senhor Fernando Henrique criou, utilizou e legou á nação, da reeleição?  Quem, dos que lá estão, teria coragem suficiente de aplacar a dança frenética da mudança e, mesmo, criação de partidos ao bel prazer, mas dentro da lei eleitoral vigente? Quem coibiria a ida e vinda de políticos de um para outro, mesmo quando a gritante história de vida denuncia a incoerência ideológica da mudança? Como pode um latifundiário, um capitalista – para usar categorias distintas - ingressar em um partido socialista, por exemplo, na maior cara de pau? Para que servem as ideologias partidárias, os programas de partido se é possível ir e vir de cá pra lá, como se sua mala de votos lhe fosse de propriedade particular? Ou mesmo – o que também é muito estranho -, ficar no mesmo lugar, mas mancomunar-se com adversários, com os quais travava debates contundentes, sem explicações alguma ao eleitorado, que, provavelmente, o elegeu pela oposição que fazia em seu mandato anterior?

Só para exemplificar, dentre tantos outros camaleões, muito recentemente, tivemos em Campo Grande uma reversão ideológica sem necessidade alguma de mudança de partido. Um dos mais combativos vereadores de oposição ao governo municipal da época, a quem combatia com veemência e até agressivamente, ungiu-se ao poder a que se opunha da noite para o dia, sem prestar contas a ninguém, talvez nem mesmo ao seu partido. Colonizado, passou a usufruir das benesses que o poder passou a conferir-lhe, estendendo aos companheiros de partido o colonialismo a que se submetera. A trincheira que o tinha como aguerrido esfumaçou-se e a legenda, enfraquecida, sofre até hoje a irreversível perda de identidade partidária.

E o que é, e para que serve, a coligação partidária? Quem ganha com o loteamento de cargos públicos de confiança política – originados desses acordos - pagos com o meu, o seu, o nosso dinheiro e que permite a mais danosa corrupção; a corrupção da incompetência, do acerto de contas, do conchavo político, da falta de probidade, indecoro e impunidade? Por que os cargos de direção são confiados a cabos eleitorais e candidatos não-eleitos em detrimento de toda uma massa de funcionalismo efetivo? Alguém já questionou porque, no Brasil, necessita-se tanto de “cargo de confiança” sem concurso público? Não seriam merecedores de confiança os concursados? Não teriam eles competência para tal missão? Ou seriam eles mais difíceis de manipulação, já que sujeitos estão à regulamentação da Lei?

Não, os “beiramar” jamais discutirão ou apresentarão projeto de lei para coibir o tráfico no Brasil. Disso estamos a salvo. Mas, esperar dos políticos que ocupam o Congresso, conduzidos pelo status quo vigente, que, tenham um pouco de dignidade e cumpram sua obrigação e apresentem uma reforma política minimamente decente e que satisfaça os anseios da sociedade brasileira, seria ingênua e vã esperança. Discutirão, emendarão propostas, tergiversarão, mas não o farão. Eles não podem faze-lo, pois, antes, já venderam sua alma e no pacote, todo idealismo e patriotismo que um dia os impulsionaram à vida pública. Os que, deliberadamente, se omitirão e não meterão a mão na massa, apregoarão sua tentativa e apresentar-se-ão como ilibados cidadãos aos seus eleitores. Tal como os aviãozinhos do tráfico, justificar-se-ão com a lei de mercado e que, lá – por nós - atendem a demanda e se contentam com isso, sem culpa ou remorso. Essas santidades, ignorantes de que nada detêm sem a representatividade do povo que os elegeram, virão, seguramente, outra vez, buscar os votos de suas reeleições. Muitos conseguirão, o próprio povo inculto os dará (ou os venderá).

Quem, então, estará do lado de cá, do lado do povo, tecendo as reformas políticas que, verdadeiramente, o tempo e o povo brasileiro precisa e o momento exige? Eu? Você? Quem será por nós, meros cidadãos, contribuintes, pagadores de impostos e eleitores displicentes?

A autora, Maria Ângela Coelho Mirault é Professora, Doutora (2002) e Mestre (1998) em Comunicação e Semiótica pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Especialista em Didática do Ensino Superior pela Universidade Católica Dom Bosco (1995) e Bacharel em Comunicação Social, com habilitação em Relações Públicas, pelas Faculdades Integradas de Comunicação e Turismo Hélio Alonso, no Rio de Janeiro (1976), e-mail: mariaangela.mirault@gmail.com.
O artigo foi publicado no jornal Correio do Estado, de Campo Grande-MS, edição do dia 24/03/2011, Campo Grande, MS e no WebArtigos.com, dia 21/03/2011.

terça-feira, 22 de março de 2011

Dia Mundial da Água: 22 de março

Nosso planeta tem cerca de dois terços só de água. Pela lógica, parece haver água sobrando para a população, não é? Parece um absurdo falar em crise da água?
Vamos aos fatos: 97% da água do planeta são água do mar, imprópria para ser bebida ou aproveitada em processos industriais; 1,75% é gelo; 1,24% está em rios subterrâneos, escondidos no interior do planeta. Para o consumo de mais de seis bilhões de pessoas está disponível apenas 0,007% do total de água da Terra.
Some-se a isto o despejo de lixo e esgoto sanitário nos rios, ou ainda as indústrias que jogam água quente nos rios - o que é fatal para os peixes. A pouca água que existe fica ainda mais comprometida. Isto exige a construção de estações de tratamento de esgoto e dessalinização, por exemplo. E exige conscientização para que se evite o desperdício e a poluição, principalmente nas grandes cidades.
Com o objetivo de chamar a atenção para a questão da escassez da água e, conseqüentemente, buscar soluções para o problema, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu em 1992 o Dia Mundial da Água: 22 de março.
Por conta disso, a ONU também elaborou um documento intitulado "Declaração Universal dos Direitos da Água", que trata desse líquido como a seiva do nosso planeta.
Links interessantes:

Brasil das Águas
Agência Nacional de Águas
Ministério do Meio Ambiente

Declaração Universal dos Direitos da Água
Água limpa: direito de todos
A água e nosso futuro     
Dicas para usar, sem desperdiçar!
Publicação Atlas do Saneamento
fonte: IBGE Teen

Guerreiro Menino, obra prima de Gonzaguinha, na voz de Raimundo Fagner

Hoje, na aula da disciplina "Desenvolvimento local em contexto de territorialidades", do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Local, teve um momento que o Prof. Josemar citou ao colega de turma Jesse Starita, que veio do Nebraska (USA), para cursar o Mestrado, na modalidade "sanduíche", parte da letra da música Guerreiro Menino, do brilhante Gonzaguinha e sucesso na voz de Raimundo Fagner.
Como sou fã do Fagner e do Gonzaguinha, e considero essa música uma obra prima, pela mensagem que passa,  da sensibilidade que todo ser humano tem, por mais duro que pareça ser, fiquei com o compromisso de apresentá-la ao Jesse.
Curtam aí a letra e música.
Abraço Jesse, Prof. Josemar, Profa. Cleonice e demais colegas.
Ronaldo
Obs. anteriormente já quis incorporar o vídeo, mas infelizmente foi retirada a autorização, torço para que o Fagner reconsidere essa decisão, no entanto segue o link, que é uma das faixas do DVD Raimundo Fagner Ao Vivo.
Guerreiro Menino
Luiz Gonzaga Jr.


Um homem também chora
Menina morena
Também deseja colo
palavras amenas
Precisa de carinho
Precisa de ternura
Precisa de um abraço
da própria candura

Guerreiros são pessoas
são fortes, são frágeis
Guerreiros são meninos
no fundo do peito
Precisam de um descanso
Precisam de um remanso
Precisam de um sonho
que os tornem perfeitos

É triste ver esse homem
guerreiro menino
com a barra de seu tempo
por sobre seus ombros
Eu vejo que ele berra
Eu vejo que ele sangra
a dor que trás no peito
pois ama e ama

Um homem se humilha
se castram seus sonhos
Seu sonho é sua vida
e a vida é o trabalho
E sem o seu trabalho
o homem não tem honra
E sem a sua honra
se morre, se mata

Não dá pra ser feliz,
não dá pra ser feliz...

Razones Ciudadanas, invocando o direito à livre expressão das idéias

Tive acesso ao vídeo abaixo, intitulado "Razones Ciudadanas" - Debate y reflexión entre varios cubanos sobre el tema "El ciudadano y su relación o dependencia con las instituciones", onde um grupo de cidadãos cubanos discutem temas como acesso livre à internet, direito de associação, de forma respeitosa e simplesmente invocando o direito à livre expressão das idéias, que nada mais é que um dos legítimos direitos do cidadão de qualquer parte do mundo, pois acima de tudo, é um direito inalienável do homem.
Concordamos que as instituições políticas estejam a serviço dos seus cidadãos e não ao contrário, como existe ainda em algumas nações. Declaramos o nosso apoio incondicional aos irmãos cubanos, com votos que a Revolução Cubana devolva o poder ao seu legítimo detentor ou seja o povo cubano.
Meu abraço a Yoani Sanchez e ao povo cubano em geral.
Ronaldo São Romão Sanches
Campo Grande-MS, Brasil


Razones ciudadanas from Yoani Sanchez on Vimeo.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Todo o poder emana do povo. Será?

Uma contribuição para a discussão da Reforma Política
O parágrafo único do Art. 1º da nossa Constituição quando prevê que “todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente”, merece uma reflexão mais aprofundada devido a sua importância, nem sempre valorizada.
Um dos fundamentos que garantem o Estado democrático de direito é o exercício pleno da cidadania, sem dúvida, fundamento de grande e irreversível significado para a harmonia da sociedade, sendo cada vez mais universalmente consagrado.
Com inspiração em Montesquieu, os Constituintes definiram como poderes, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário e que estes devem ser independentes e harmônicos entre si.
O Art. 14 prevê que “a soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante plebiscito, referendo e iniciativa popular”. Na democracia representativa os cidadãos de uma circunscrição eleitoral, são chamados a escolherem livremente os seus representantes.
O parágrafo terceiro, do Art. 14 disciplina as condições de elegibilidade, entre as quais, podemos destacar a filiação partidária, que implica na prática, que o processo eleitoral é determinado pelos partidos políticos, sendo garantido em lei o pluralismo político e a liberdade para a criação das agremiações políticas, daí a importância em reconhecermos condições inequívocas de democracia não só nos estatutos e programas dos partidos, como na prática da militância partidária.
Acreditamos que os postulados acima, contemplados na nossa Constituição asseguram as condições básicas para que os brasileiros possam de fato exercer a cidadania, mas necessitamos algumas mudanças legais essenciais para aperfeiçoarmos as Leis existentes e garantirmos instituições cada vez mais sólidas e acreditadas.
Na democracia direta o cidadão tem a possibilidade de participar diretamente das decisões das questões que lhe afetam, através de mecanismos como o plebiscito, a iniciativa popular de propor leis e o referendo, que vários países, mormente os mais desenvolvidos, utilizam comumente. No plebiscito, os eleitores deliberam sobre um tema que não tenha sido precedido de ato legislativo ou administrativo do poder executivo, já no caso de deliberar acerca de algum ato, a consulta é denominada referendo.
Como já vimos, esses dispositivos constam em nossa Constituição, mas são pouco utilizados. Como exemplos de consultas populares, podemos mencionar o referendo ocorrido em 1963, sobre a manutenção do sistema parlamentar implantado através da Emenda Constitucional nº 4/61, resultando na volta ao sistema presidencialista. Posteriormente, a Constituição de 1988, estabeleceu que haveria plebiscito em 7 de setembro de 1993, para que o povo escolhesse a forma de governo, entre república ou monarquia constitucional e o sistema parlamentarista ou presidencialista, sendo que o plebiscito foi antecipado para 21 de abril de 1993, vencendo a forma de governo republicana e o sistema de governo presidencialista. Em 2005, foi realizada nova consulta à população, pois a Lei nº 10.826/2003, conhecida como Estatuto do Desarmamento, previa que para entrar em vigor deveria ser aprovada em referendo popular, sendo que a opção NÃO foi vencedora, em pleito onde compareceram às urnas mais de 92 milhões de eleitores. Podemos dizer então, que ocorreram em nosso país somente três consultas populares na modalidade direta. Aproveito para chamar atenção a respeito da conveniência de alteração do caput do Art. 14, dando-lhe uma redação mais clara.
Para se ter idéia, na Suíça, onde o sistema adotado pode ser definido como democracia semidireta, nas questões essenciais (definidas em lei), obrigatoriamente a população, que é considerada instância política suprema, deve ser ouvida, e regularmente é chamada a se pronunciar. O referendo permite aos cidadãos rejeitarem ou aceitarem as decisões tomadas no Parlamento, sendo que algumas leis para entrar em vigor exigem o referendo público, como foi o caso do nosso referendo sobre o Estatuto do Desarmamento. Esse mecanismo é muito eficaz, pois o congressista sabendo que a população poderá sancionar ou não uma nova lei, procura inteirar-se da opinião pública antes de sua propositura. Também está prevista a possibilidade dos cidadãos oporem-se a uma lei, bastando reunir cinqüenta mil assinaturas para derrubá-la ou reformá-la.
Somos conscientes que um sistema puro de democracia direta é inviável por diversas razões, como a necessidade de realizações de consultas com muita freqüência, com custo elevado, assim como a dificuldade em fiscalizar as ações do poder executivo.
O Poder Legislativo, conforme atribuições conferidas pela Constituição, tem por missão fiscalizar as ações do governo, como também propor e decidir sobre legislação, mas entendemos que após determinadas decisões poderia haver um período durante o qual essa decisão pudesse ser revertida pelo sistema de referendo ou de coleta de assinaturas.
O que podemos avaliar, é que há muito tempo as instituições políticas no nosso país vêm apresentando altos índices de desconfiança da população, e é inegável que necessitam de cuidados para sua revitalização.
Acreditamos que é essencial aperfeiçoarmos o nosso sistema político e a mescla entre a democracia representativa e a democracia direta, ou seja a democracia semidireta, nos parece o caminho mais adequado.
Ronaldo São Romão Sanches, é Administrador, MBA em Planejamento e Gestão Estratégica e Mestrando em Desenvolvimento Local, e-mail: ronaldo.autonomista@gmail.com

quarta-feira, 16 de março de 2011

É possível a criança filosofar?

        A filosofia e as crianças
        Este artigo pretende discutir um problema que têm atraído a atenção de educadores e filósofos: a criança é capaz de filosofar? Certo que a filosofia contribui para se pensar a infância. Mas será que os filósofos e os educadores estão dispostos a considerar o potencial filosófico das crianças? A resposta não é simples, porque como nos mostra Garetth Matthews, as correntes tradicionais do pensamento filosófico e psicológico dizem que isso não é possível, pois a criança ainda não estaria de posse do instrumental cognitivo necessário à abstração filosófica.

        A questão tem mais ou menos 2500 anos de história. Na tradição filosófica, somente homens adultos praticavam a filosofia, e ainda assim, nem todos os homens. Max Scheler, fazendo referência a Platão, diz que “as massas nunca serão filósofas” (SCHELER, 1986:7). A filosofia, como ramo do conhecimento ocidental, permaneceu historicamente influenciada por esse pensamento. Acreditava-se que nem mesmo as mulheres tinham competência para dominar o pensamento filosófico. Santo Agostinho, ao elogiar sua própria mãe, que participava de um diálogo filosófico com ele e outros homens, revela a idéia da época: “…esquecidos inteiramente do seu sexo, pensamos que algum grande homem se encontrava sentado conosco”. (SANTO AGOSTINHO, 1988:41) As mulheres só conseguem franquear essa fronteira no final do século XIX.

        Não só se viu sempre restrição para se filosofar, como se criaram barreiras para o acesso à filosofia, sobretudo pela linguagem especializada. Segundo Max Scheler, a filosofia pertence e sempre pertenceu a uma elite que se reúne em torno da personalidade de um pensador. Em 1835, o poeta e pensador Heinrich Heine já denunciava o elistismo de muitos filósofos, recomendando que quando lessem sua obra fizessem

        “o obséquio de considerar que o pouco que digo é expresso de modo bem claro e distinto, ao passo que, por mais profundas, (…) e por mais penetrantes, (…) que sejam suas obras, são ainda assim, incompreensíveis. De que servem os celeiros fechados, se o povo não lhes tem as chaves? O povo tem fome de saber e me agradece o pequeno pedaço de pão espiritual que com ele honestamente partilho.” (HEINE, 1991:19)

        Atualmente, as restrições são menores, apesar dos que alegam que a filosofia não é coisa simples, pois para se fazer filosofia no sentido acadêmico e profissional é preciso adentrar um universo complexo e cheio de termos técnicos e conhecer as várias tradições e sistemas de pensamento. Os argumentos do filósofo devem ser difíceis e sofisticados. Nesses termos, a filosofia é de fato para poucos iniciados, que só poderão filosofar, após um longo e trabalhoso processo de estudos e acúmulo cultural. Ao invés, segundo Bochenski, a filosofia é um assunto que não interessa apenas a especialistas e profissionais, porque todos os seres humanos em alguma circustância da vida filosofam. Estamos obrigados a filosofar. William James, entendendo também que filosofar é próprio do ser humano racional, explica que todos os seres humanos se defrontam com perguntas como: O que você pensa de si mesmo? O que você pensa do mundo? São enigmas da esfinge e, de uma forma ou de outra, precisamos lidar com eles, diz James.

        Gadotti, citando Gramsci, também critica o elistismo filosófico, pois é mais importante que os seres humanos aprendam a pensar e a refletir de maneira coerente e filosófica em suas questões existenciais, do que uns poucos intelectuais ficarem especulando sobre conceitos que permanecerão restritos a eles.

        “Uma filosofia para crianças e jovens não estaria preocupada em formar discípulos para perpetuar um certa corrente filosófica, uma certa visão de mundo, mas para ajudar a pensar e a transformar o mundo. Conceber a filosofia como uma especialidade é derrotá-la antes mesmo de iniciar a batalha por ela. ” (GADOTTI, 2000:28)

        O que há de comum entre filósofos e crianças?

        Mas reconhecer a capacidade da criança filosofar é um passo que até agora poucos deram. Em geral, os filósofos estão afastados da infância. Em seus sistemas, a criança não tem espaço, a não ser em esporádicas citações. Sartre, só para citar um caso, anotava que a preocupação com as crianças e animais é desinteresse nas questões do homem (SARTRE, 1972). Parecem os filólosofos esquecer que um dia foram crianças, que receberam atenção por parte dos adultos, talvez pessoas que não desprezaram seu potencial de pensar, amar, sonhar e agir no mundo.

        Embora a filosofia acadêmica tenha esquecido a infância e Platão tenha uma concepção filosófica elitista, as primeiras indagações filosóficas sobre “o que é a criança” e qual o melhor meio para se educá-las, nasceram na Grécia, exatamente com Platão e Aristóteles. Tanto que Jaeger aponta Platão como o fundador da pedagogia da primeira infância. Ainda assim, os gregos não reconheciam as capacidades infantis.

         “A criança entra pela primeira vez no tempo ocidental na teoria platônico-aristotélica do eu tríplice e suas vicissitudes. Na criança, o equilíbro entre as três dimensões do eu — apetite, vontade e razão — está ontogeneticamente desbanlaçado. A criança carece de razão. Por isso Platão considerava que as crianças eram modelos do apetite indomado e da vontade descontrolada. (…) A única virtude das crianças parece ser o fato de serem ‘facilmente moldadas’, isto é, elas podem ser convertidas em adultos” (KENNEDY, 1999:79)

        Apesar disso, os filósofos antigos, ainda que em poucas referências, usavam a filosofia para pensar a infância. Sabiam da importância da educação infantil. Para eles, não significava uma desqualificação incluir a criança em seu pensamento.

        A criança só vai entrar em cena como uma das principais preocupações humanas, nos séculos XVI e XVII e um dos maiores representantes dessa filosofia voltada à infância é o educador e filósofo checo Jan Amos Comenius. Para ele, somente através da educação, pensando primeiro na infância e depois no homem, é que atenderemos à realização humana para a felicidade. Segundo ele, “as crianças não são unicamente o objeto mas o modelo da verdadeira reforma”(COMENIUS, 1954:47) Mais tarde, Jean-Jacques Rousseau revolucionou a pedagogia, como o filósofo da infância que mais se preocupou com a relação entre a criança, o adulto e a sociedade. Rousseau entra em diálogo com o mundo infantil e não ignora suas muitas potencialidades. O centro da reflexão filosófico-pedagógica passa ser a infância como fase autônoma e específica. Pestalozzi também se preocupa com isso. Muitos pensadores dos séculos XIX e XX voltaram suas principais atenções à infância. Eram filósofos da infância e educadores, que reconheceram e ressaltaram as capacidades das crianças. E alguns, como Pestalozzi, foram monosprezados como filósofos, justamente por se preocuparem com as crianças.

        Ao contrário das afirmações dos especialistas, de que teria sido o norte-americano Matthew Lipman o primeiro a ter acenado com a possibilidade das crianças filosofarem, Comenius nos informa que essa hipótese é tão velha quanto a filosofia. De acordo com ele, vem da Grécia antiga, e teria sido Pitágoras o primeiro a fazer menção a ela.  (COMENIUS, 1954:83)

        Isso não anula o mérito de Lipmam por ter defendido o direito da infância em praticar a filosofia. Depois de décadas de pesquisas, Lipman chega à conclusão de que o impacto dessa filosofia nas crianças não pode ser observado imediatamente, mas o impacto nos adultos de amanhã poderá ser tão espantoso que nos lamentaríamos por tê-las privado até hoje do acesso à filosofia.  Diz Kohan:

        “Serão as crianças que construirão suas filosofias e seus modos de produzi-las. Não é mostrando que as crianças podem pensar como adultos que vamos revogar o desterro de sua voz. Pelo contrário, nesse caso haveremos cooptado, o que constitui uma outra forma de silenciá-las. Seria mais adequado preparar-nos para escutar uma voz diferente como expressão de uma filosofia diferente, uma razão diferente, uma teoria do conhecimento diferente, uma ética diferente e uma política diferente: aquela voz historicamente silenciada pelo simples fato do emanar de pessoas estigmatizadas na categoria de não adultos” (KOHAN, 1999:70)              

        Segundo Lipman, as objeções feitas para as crianças não fazerem filosofia, estão diminuindo e dando lugar a novas perguntas: qual o tipo de filosofia que as crianças podem fazer? Embora haja diferenças entre a fase infantil e a adulta, para Garret Matthews, elas não são tão significativas, a ponto das crianças não poderem entrar no mundo adulto e em companhia destes compartilhá-lo. As crianças não estão distantes do paradigma da racionalidade adulta, como se pensa.

        “Tenho comentado muitas vezes que, quando encontramos um grupo de crianças completamente engajadas em pensar sobre a questão filosófica, as crianças simplesmente reiventam a história da filosofia. Com esse comentário quero dizer que o raciocínio filosófico das crianças com frequência lembra o raciocínio de Platão, Descartes, Bertrand Russel e outros grandes pensadores da história da filosofia. ” (MATTHEWS, 1999:37)

        Ao se trabalhar a filosofia com as crianças, percebe-se facilmente que elas têm inclinação natural para a curiosidade, admiração, indagação, discussão e reflexão. Esses são traços cognitivos do empenho que a criança faz para descobrir como as coisas funcionam no mundo. Ann Sharp diz que as crianças buscam compreender o significado das palavras e as ações das pessoas que estão à sua volta. Os conceitos de bem, verdade, tempo, amizade, liberdade, amor, são centrais para o modo como a criança constrói o mundo. Por isso, é essencial que discuta esses conceitos e sentimentos e lhes dê significado.

        “Se me perguntassem por que em me envolvi na idéia de que as crianças façam filosofia, diria que é porque me sinto ofendida com a idéia de que tratamos crianças como se fossem depósitos e as mutilamos até que sejam maiores de idade. Elas fazem dezoito anos e continuam utilizando palavras como amor, amizade sem saber do que estão falando.” (SHARP, 1998:17)

        Entretanto, essa busca pode ser filosófica ou não-filosófica, dependendo dos meios e os métodos utilizados para se chegar à construção de conceitos e interpretação do mundo. Assim, podemos nos indagar o que caracteriza um pensamento filosófico. Se as conversas, os diálogos, estabelecidos com as crianças, forem apenas uma troca de opiniões, isso não indica um debate filosófico. Reconhecemos se uma troca de idéias é filosófica, analisando se os temas são da alçada da filosofia e se estão sendo usadas as ferramentas da indagação filosófica: as habilidades de raciocínio, o diálogo de auto-avaliação e a reflexão em torno dos diferentes assuntos. O debate em curso deve exigir capacidade de raciocínio e chegar a diferentes modelos de fazer, dizer e agir. Lorieri acha que são características básicas do pensamento filosófico: “a autonomia do pensar, a reflexão crítica e criativa, a ‘reinvenção’ e ‘reconstrução’contínua e continuada das significação humanas.” (LORIERI, 2000:54)

        Nesse sentido, poderíamos dizer que as crianças parecem estar mais aptas a filosofarem do que boa parte dos adultos. Não que elas teriam mais capacidade de elaborar raciocínios difíceis e complexos do que filósofos profissionais. Ou que encontrariam mais facilidade para compreender os vários sistemas filosóficos. Ou ainda, que dominariam um vocabulário técnico com mais competência que um adulto. Não é isso. É que elas têm mais a ver com a essência do pensar filosófico.

        Segundo Platão e Aristóteles, a admiração é o princípio da filosofia. Para os filósofos antigos e também para os modernos como Descartes, a admiração está na raiz da dúvida, da interrogação e da investigação, portanto, no início do filosofar. É próprio do pensar infantil a imensa capacidade de admirar o mundo,  no processo de construção de significados e valores. O adulto já tem suas certezas e seus valores e está em meio a tantas preocupações cotidianas, a tantos desencantamentos, que perde a capacidade de admirar-se perante a existência.

        Outro aspecto é a postura do não-saber, pois a folosofia não começa com o acúmulo de conhecimento, e sim com o seu contrário, o não-saber. Sócrates parte da afirmação de que nada sabe, Descartes assume a dúvida como início de seu filosofar. Os filósofos guardam, ou pelo menos devem guardar, a humildade de não saber tudo, inclusive para continuar filosofando, sem necessariamente cair no ceticismo radical. A abertura mental e a disponibilidade para fazer perguntas é condição para a filosofia. Mas o ser humano adulto comum tem opiniões prontas e sistemas fechados. Assumir uma postura de não-saber é bem mais problemático para ele do que para uma criança. A criança naturalmente está em atitude de aprendizado diante da vida.

        Lembrando ainda Sócrates, pode-se ver em sua prática maiêutica uma relação intrínseca entre o ato de filosofar e o ato de educar, quase uma identificação entre ambos. Como filósofo, não tinha verdades prontas e sistemas acabados e, como educador, não pretendia transmitir conhecimentos, como faziam os aristocratas do saber. Nem tampouco pretendia vender o saber, como faziam os sofistas, ensinando a arte do falar. A tarefa que se impõe é questionar, interrogar, dialogar com seus interlocutores a fim de que possam parir a verdade que está dentro deles. Assim, filosofia e educação se encontram, porque em última análise, a verdade filosófica só pode ser atingida por um ato pedagógico e a educação deve ser a busca da verdade. Então, embora fosse Platão elitista em relação à filosofia, a atitude de Sócrates é democrática (tanto que extrai a verdade de um escravo como Menon) e nos põe no caminho de começar a fazer isso o mais cedo possível.

        Assim, se a filosofia nasce da admiração e do reconhecimento do não-saber e se o filosofar não é, como queriam os sofistas, adquirir um saber, ou uma atitude acadêmica e profissional de poucos cultos, mas sim um questionanamento sobre a vida, um apelo à consciência do ser e um parto da alma, com a ajuda dos mestres, a criança é sim capaz de filosofar e ser interlocutora da filosofia. É nesse sentido que se pode dizer que as crianças estão mais perto da filosofia, do que boa parte dos adultos. 
 
Bibliografia
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. São Paulo, Martins Fontes, 1999.
BOCHENSKI, J. M. Diretrizes do Pensamento filosófico. São Paulo, EPU, 1977.
COMENIUS, Jan Amos. Didática Magna. São Paulo, Revista dos Tribunais, 1954.
GADOTTI, Moacir. A filosofia para crianças e jovens e as perspectivas atuais de educação. (In: KOHAN, Walter O. LEAL, Bernardina. (org.) Filosofia para Criança em Debate. Vol. 4 Petrópolis, Vozes, 2000.)
HADOT, Pierre. O que é a filosofia antiga? São Paulo, Edições Loyola, 1999.   
HEINE, Heinrich. Contribuição à história da religião e filosofia na Alemanha. São Paulo, Iluminuras, 1991.
INCONTRI, Dora. Pestalozzi, educação e ética. São Paulo. Scipione, 1997.
JAEGER, Werner. Paidéia. São Paulo, Martins fontes, 1995.
JAMES, William. A vontade de Crer. São Paulo, Edições Loyola, 2001.
KOHAN, Walter O. & KENNEDY, David. (Org.) Filosofia e Infância, possibilidades de um encontro. Vol. 3 Petropolis, Vozes, 2000.
KOHAN, Walter O. & WAKSMAN, Vera (Org.) Filosofia para crianças, na prática escolar. Vol. II. Petrópoles, Vozes, 1999.
KOHAN, Walter O. & WUENSCH, ANA M.(Org.) Filosofia para crianças. Vol. I. Petrópoles, Vozes, 1998. 
KOHAN, Walter O. LEAL, Bernardina. (org.) Filosofia para Criança em Debate. Vol. 4 Petrópolis, Vozes, 2000.
LORIERI, Marcos. Perguntando por mais um dos pressupostos educacionais do progama filosofia para crianas de Mathew Lipman. (In: KOHAN, Walter O. LEAL, Bernardina. (org.) Filosofia para Criança em Debate. Vol. 4 Petrópolis, Vozes, 2000.)
MATTHEWS, Gareth B. A filosofia e a criança. São Paulo, Martins Fontes, 2001.
PASCAL, Georges. Descartes. São Paulo. Martins Fontes, 1990.
PLATÃO. A República. Rio de Janeiro, Ediouro, 1996.
PLATÃO. Diálogos — Mênon, Banquete, Fedro. Rio de Janeiro, Ediouro, s/d.
ROUSSEAU, J. J Œuvres complètes. Vol. IV. Paris, Éditions Gallimard, 1969.
SANTO AGOSTINHO. Diálogo sobre a Felicidade. Lisboa, Edições 70, 1988.
SARTRE, Jean-Paul. Les Mots. Paris, Gallimard, 1972.
SCHELER, Max. Visão filosófica do mundo. São Paulo, Editora Perspectiva, 1986.
SHARP, Ann. Introdução. (In: KOHAN, Walter O. & WUENSCH, ANA M.(Org.) Filosofia para crianças. Vol. I. Petrópoles, Vozes, 1998.)
Autores:  Dora Incontri é Pós-doutoranda na FEUSP - Apoio Fapesp e Alessandro César Bigheto é Mestrando na FE- Unicamp
O artigo foi publicado no site da Editora Mandruvá

sábado, 12 de março de 2011

China rumo ao Esperanto

O Esperanto na política chinesa.
A China é hoje o terceiro maior país do mundo em território, ficando atrás da Rússia e Canada no quesito. Porém a China é hoje a mais fulminante economia do planeta, o que faz com que todos olhem constantemente para lá. A China anda com tanta força no cenário mundial que seu presidente foi eleto em uma famosa e tradicional lista, como o homem mais poderoso do mundo, o que hoje faz a China é literalmente importante, esse país hoje muda ideias e conceitos, e a cada dia o fará mais, e os EUA menos. O que pode vir a se tornar um dia o grande problema chinês, que é sua enorme população, é também um de seus maiores êxitos, pois eles tem dentro de sua casa, abaixo de sua lei, o poder de influenciar e reger a vida de nada menos do que 1,3 bilhões de pessoas.

Muito sabemos sobre a China mas ao mesmo tempo pouco sabemos, pois a China é um país de enormes contrastes, inclusive em questões étnicas, muitos de nós não sabem que não é todo chinês que tem o "olho puxado". Lá se encontra desde aqueles parecidos com o povo Ainu do norte do japão, parecidos também com os nativos americanos, até gente que se parece com indiano. Isso obviamente gera também um grande conflito linguístico no país que um dia terá que ser resolvido, e hoje, o idioma "supremo" para o governo é o mandarim, o qual chamamos de "chinês". Porém além de seu próprio país, tão diverso, a China que quer ser líder no mundo precisa também se comunicar com o restante desse, eles sabem muito bem disso e se preparam para tal.

O chinês em geral não gosta muito de falar o inglês, e isso se deve a vários fatores, alguns que podemos ressaltar é a dificuldade comum aos povos para aprender idiomas de outros, pois esses são "feitos" para eles, e não para todos. Outro é o fator político, é claro, a China que se denomina um país comunista não tem muita simpatia pelos ideais estadonidenses e por isso não quer submeter seu povo ao aprendizado do idioma inglês, o que seria um tiro no pé para um povo que deseja ser o líder, a ideia é, "ou eles falam a nossa língua ou ninguém fala a deles". A China vê uma solução para esse problema, pois já que é muito duro para o chinês aprender o inglês, já que politicamente eles não podem porque querem ser os dominadores, e sabem que os demais não irão aprender chinês (mandarim), eles escolhem o Esperanto.

A China vem de pouco em pouco, na calada da noite, criando formas para que seu povo possa aprender Esperanto, já que é muito fácil de aprender, principalmente quando se compara a outros idiomas como o português, francês, japonês, inglês, italiano e o próprio chinês. Além do notório fácil aprendizado pelo chinês em curto espaço de tempo, o idioma é nacionalmente neutro, não é de país algum, logo não teria problema com a submissão a cultura alheia seu incentivo e por isso a China já o faz. Ela cada vez mais amplia os horizontes do Esperanto em seus domínios e você não deverá se espantar se em pouco tempo chineses lhe perguntarem numa Copa qualquer por aí, "você falar Esperanto?".

O Esperanto é muitas vezes desmerecido pela falta de conhecimento das pessoas e pela desinformação gerada por muitos, mas ele tem seus méritos, e não são poucos, é por exemplo o 22º idioma da Wikipédia, o que não é nada mau para um idioma dito por alguns como "obsoleto". Tem grandes chances de se tornar o idioma da UE para resolver seus problemas com o dispendioso gasto com traduções, tem uma comunidade que abrange os milhões espalhada pelo mundo, e isso se mostra pelo seu tamanho na própria Wikipédia e pela sua presença na internet. A China sabe onde coloca o pé, não quer levar seu povo para um caminho de submissão cultural e por isso educa seu povo para falar seu idioma nativo em sua babilônia particular e ensina o Esperanto para não falarem (tentarem) em inglês e dar méritos ao seu maior rival.

A China agora cria um portal para que o mundo os conheça sobre sua visão, sem a manipulação alheia (com a deles) que é muito peculiar ao mundo ocidental, afinal Mandela já foi chamado terrorista e a invasão do Iraque tinha sido motivada pela busca de armas de destruição em massa. Nesse portal, que segundo notícia tem 40% de sua audiência formada por não chineses, tem a presença de 10 idiomas para sua livre escolha, óbvio que um deles é o inglês, idioma hoje mais falado por não nativos, e o mais influente no mundo atual, inegável isso, mas como a China "não dá mole", tem é claro o Esperanto, idioma que ela propõe para ser o idioma dos povos, a mesma proposta do Esperanto, que não visa ser nosso primeiro e único idioma, mas sim o segundo, em primeiro vem o seu idioma nativo, aquele que você tanto ama (Eu amo o idioma português!).

Além disso, o Esperanto visa também influenciar o comportamento cultural das pessoas, dando a elas o gosto por aprender cada vez mais, sabe-se hoje via estudos reconhecidos, que o aprendizado do Esperanto como segunda língua, faz com que você consiga aprender outros idiomas numa velocidade no mínimo 20% maior, pois o Esperanto é muito mais fácil para qualquer um aprender e tira das pessoas aquele medo de tentar aprender e não conseguir (recorrente no estudo do inglês). O chinês sabe disso e usará isso a seu favor, e com tamanha força política e econômica irão conseguir alcançar seu objetivo, então se prepare para uma asia se comunicando em Esperanto, e se prepara você também, pois a Asia é uma potência hoje e a China é quem manda. www.china.org.cn

Mi atendas ?iujn vin por helpi vin en la lernado de Esperanto, mi lernas.

Lernu
Lista Lernu-PT
Felipe Augusto
Artigo publicado no CMI Brasil em 26/01/2011, por Felipe Augusto.

Afinal: para que serve o esperanto?

Até o dia 1º de agosto, cerca de 2.000 esperantistas (nota: especialistas no idioma esperanto) estarão reunidos em Białystok, na Polônia, para o 94º Congresso Universal da língua. Além de pretender incentivar a prática, o evento lembra os 150 anos do nascimento de Ludwik Lejzer Zamenhof (1859-1917), criador do idioma construído a partir da estrutura de outros e imaginado para se tornar moeda universal na comunicação humana - papel ocupado pelo inglês.
Nem de longe o esperanto alcançou o objetivo. Estima-se que cerca de 1 milhão de pessoas, espalhadas em cem países, falem o idioma. É menos gente do que a população da cidade de Campinas, no interior paulista. Diante disso, cabe perguntar: quem ainda se interessa pelo esperanto? Para que, afinal, ele serve?
VEJA.com ouviu Lucas Vignoli Reis, um campineiro de 25 anos, que domina o esperanto. Eis uma prova viva de estudante beneficiado pelas oportunidades que o idioma pode criar hoje. Aluno de física na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Reis viveu seis meses na Europa graças à língua de Zamenhof: correu nove países, hospedou-se na casa de outros esperantistas e fez amigos - tudo de graça. "Grande parte dos encontros entre os jovens vira festa mesmo, com danceteria e tudo", conta. Ele conclui também que o velho sonho de um idioma unir o mundo pode estar morrendo, juntamente com esperantistas mais velhos e idealistas. Contudo, ainda há algo a alimentar os jovens praticantes: "Nossa vontade é muito mais curtir a língua do que sustentar o movimento". Confira a seguir os principais trechos da entrevista.

Alguém ainda acredita que o esperanto vai se tornar a língua universal?
Os esperantistas mais velhos são mais idealistas. Muitos se preocupam realmente com o ideal da "língua franca". Já os mais jovens são um pouco menos esperançosos, mas acham que a língua vale a pena por outros motivos, principalmente pelas pessoas que conhecem no mundo todo. Nossa vontade é muito mais curtir a língua do que sustentar o movimento. Mesmo assim, faço questão de divulgar, pois acredito que, de toda forma, a língua traz benefícios às pessoas.

Como foi a experiência de viajar a Europa falando esperanto?
Não imaginava que o esperanto pudesse me levar a viajar pelo mundo. Quando descobri essa perspectiva, me entusiasmei. Decidi escrever uma monografia para um concurso da Liga Brasileira de Esperanto: acabei ganhando a viagem e fiquei mais de seis meses dando um giro pela Europa. Fui à Alemanha, França, Espanha, Itália, Suíça, Suécia, Polônia, Dinamarca e Áustria. Em todos os lugares que visitei, esperantistas me hospedaram de graça e me trataram como se eu fosse um hóspede. Na Europa, eles são muito acostumados a receber jovens esperantistas/mochileiros. Existe um espírito de acolhimento e proximidade entre quem fala esperanto no mundo todo. Isso faz com que você conheça outras culturas mais de perto, vivendo um pouco do cotidiano das pessoas de cada lugar.

Você participa de congressos e encontros?
Já participei de três congressos no Brasil (Campinas, Rio de Janeiro e Juiz de Fora) e outros eventos esperantistas na Alemanha, Itália, Holanda e Polônia. Em geral, os congressos são diurnos e têm palestras sobre a língua na programação. Mas grande parte dos encontros entre os jovens é diferente: vira festa mesmo, com danceteria e tudo. Alguns encontros nem têm programação: a ideia é ficar junto e conversar em esperanto. Um dos eventos mais legais de que já participei ocorreu em um castelo alemão, onde havia 200 pessoas, todas com menos de 30 anos. A maioria eram europeus, mas também havia gente do Japão, China e alguns brasileiros. Foram sete dias de festa, falando esperanto o tempo todo: era a língua comum ali. O mais legal é que ela deixa todos num mesmo patamar, pelo esperanto não ser o idioma nativo de ninguém.

Qual o benefício de se aprender o idioma?
Quando você aprende o esperanto, o mundo se abre: você passa a ter amigos ao redor do mundo todo. Antes de estudar esperanto, eu já falava inglês, o que é fundamental, sem questionamentos. Mas a relação entre as pessoas que sabem a língua não é a mesma. Se você fala inglês e conhece outra pessoa que também fala, ok, mas dificilmente se começa uma amizade a partir daí, pelo fato de terem o idioma em comum. Com o esperanto é diferente, talvez porque, pelo menos atualmente, você não estuda a língua por necessidades práticas. Você aprende porque acredita nela, porque tem um ideal de compreensão humana entre os povos. Então, se encontra uma outra pessoa que fala esperanto, sabe que ela também divide esse mesmo ideal.

Mas você usa o esperanto no dia-a-dia?
Leio bastante traduções do chinês. Não é tão fácil encontrar livros chineses em português, e o estilo deles dentro do esperanto é diferente do brasileiro, acho muito bonito. Eles são mais sintéticos, fazem frases menos complexas, mas carregadas de significado. Algumas vezes, prefiro ler em esperanto mesmo livros que já foram traduzidos para o português, porque, pelo fato de a tradução ser feita por uma pessoa do país de origem, ela traz muito do estilo de pensar do original. Também leio sempre a Wikipedia em esperanto e escuto algumas bandas que cantam na língua, como o francês JoMo e o holandês Kajto.

Então, você incentiva outras pessoas a aprender esperanto?
Estou ensinando minha mãe. Minha irmã também sabe um pouquinho. É muito comum, quando um da família começa, o restante ir atrás. Aconselho que todo mundo faça pelo menos seis meses de esperanto, para ficar mais ágil no aprendizado de outras línguas. Existem estudos que comprovam essa agilidade: eu posso dizer pela minha própria experiência, ao aprender italiano.

É uma língua fácil de se aprender?
O aprendizado do esperanto é bem mais simples do que o de qualquer outro idioma. Você consegue chegar a um nível avançado muito rapidamente, a ponto de conseguir bater um papo fluentemente ou ler um texto sem usar o dicionário. Isso faz com que você tenha mais poder nessa língua do que em outras. Em um ano eu já estava nesse nível, enquanto no inglês, mesmo depois de dez anos de estudo, ainda não me sinto tão à vontade. Claro que não se aprende esperanto como mágica: requer o mínimo de esforço e aplicação no início. Mas logo você se sente seguro, pois entende que pode usar sempre da lógica, sem correr o risco de errar a estrutura das frases, como acontece em outras línguas que dependem de fatores culturais.

A internet ajuda a atrair novos adeptos?
Conheço bastante gente que aprendeu esperanto pela internet e criou amizades internacionais assim. Essas pessoas não estão ligadas ao movimento esperantista tradicional e, imagino, não têm pretensões maiores com a língua. Mesmo assim, se interessam por ela. Além de proporcionar esse primeiro contato com o esperanto, a rede também facilita a comunicação entre os esperantistas, pois eles estão espalhados por vários países distantes, e a internet é um espaço internacional. É a forma que temos de manter os laços fortes: por Skype, MSN, Facebook etc.
Entrevista realizada pela Cecília Araújo, e publicada na Veja.com, em 23/07/2009. Lucas Vignoli Reis é esperantista e mochileiro.

terça-feira, 8 de março de 2011

Latir a vida: O cão cadeirante Spot e um bonito exemplo de respeito a vida

O vira-lata Spot perdeu parte dos movimentos após sofrer um acidente e, passados quatro anos, ele brinca, faz amizades, e muito mais sem deixar que a limitação física seja um empecilho para continuar a latir.

Em uma das praças da Vila Cardia, em Bauru-SP, Roberto passeia com os seus amigos, o red terrier Spike (à esq.) e o vira-lata cadeirante Spot
Veja a matéria da Camila Turtelli do jornal Bom Dia, de Bauru-SP, do dia 06/11/2010, em que traz o exemplo de respeito com a vida que o Roberto Figueiredo nos oferece e a retribuição com amizade e carinho do Spot. Muito bonito.
Grande abraço ao Roberto.
Ronaldo

Por quê um Dia Internacional da Mulher?

Consagrada como Dia Internacional da Mulher, a data de 8 de março vem sistematicamente propiciando em toda parte eventos culturais ou festivos que são promovidos por entidades ou grupos que pretendem contribuir, de alguma forma, para a perpetuação do seu simbolismo.
Simbolismo que justifica a sua existência e a sua celebração, a despeito dos questionamentos que surgem às vezes, principalmente por elementos do sexo oposto, que não estão inteirados do seu verdadeiro sentido, e costumam indagar: “Por que um Dia Internacional da Mulher?”. “Por que não também do Homem?”
Na verdade, embora a sua existência se prenda a intensos movimentos de reivindicação política e trabalhista, a greves, passeatas e perseguição policial, em acontecimentos que tiveram lugar na primeira década do século XX, essa data simboliza a busca da igualdade social entre homens e mulheres, arduamente conquistada no decorrer do século precedente até chegarmos às transformações que, neste século, estabeleceram a consciência do papel da mulher como trabalhadora e cidadã, contribuindo para o desenvolvimento social e o bem-estar geral culminando com a aceitação do seu desempenho pela própria sociedade, ao atribuir-lhe, pelo voto, a sua representação política no mais alto nível.
Com efeito, embora essa celebração muitas vezes esteja associada a um incêndio ocorrido numa fábrica em Nova Iorque, em 1911, nos Estados Unidos, que marcou o ativismo feminista naquele país, a sua origem foi detectada já em 1910, quando na Primeira Conferencia Internacional de Mulheres da Internacional Socialista, realizada em Copenhagen, foi proposta pela alemã Clara Zetkin, passando a ser comemorado em datas variadas, sendo-lhe consagrado o dia 8 de março apenas na década de 60, com à revitalização do feminismo, acabando por ser oficialmente instituído pela ONU em 1975, ano que fora designado “Ano Internacional da Mulher”.
Desde então a data tem por objetivo lembrar tanto as conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres em seus respectivos países, como também as discriminações a que estão ainda submetidas muitas mulheres em vários lugares do globo.
A periodicidade dessa comemoração, portanto, traz em seu bojo uma história muito significativa das dificuldades encontradas pelas mulheres de todo o mundo para construir a sua ascensão à igualdade de oportunidades e participação na vida social, e das conquistas que, sem desmerecer o papel que continuam a exercer no seio da família, na procriação e na criação dos filhos vieram permitir-lhes, através de muitas lutas, não só colaborar com seus proventos para a renda familiar e assim constituir profissionalmente para o desenvolvimento e o progresso da nação, mas também, pelo voto e pela representação política arduamente conquistados, alterar o seus status na sociedade proporcionando-lhes o acesso igualitário a cargos e postos que antes lhe eram vedados situação hoje irreversível, que constitui a mais poderosa arma contra a discriminação de que era vítima.
São motivos suficientes para a celebração de uma efeméride que, tendo dimensão global, faz ruir as fronteiras das raças e nacionalidades, e nos transforma, as mulheres do mundo, numa grande irmandade com aspirações comuns e ações solidárias!
A autora, Ivette Senise Ferreira, é advogada e presidente do IASP - Instituto dos Advogados de São Paulo. O artigo foi publicado no site Última Instância, dia 08/03/2011.

E por falar em carnaval, olha a opinião da Jornalista Rachel Sheherazade, do Tambaú Notícia, da TV Tambaú de João Pessoa-PB

segunda-feira, 7 de março de 2011

Problemas causados pelo desmatamento

Essa recebi no meu e-mail. Vale pela paciência de ter colocado a cachorrada na fila. Realmente um grande problema. hahahhahah
Ronaldo

domingo, 6 de março de 2011

"Sururu na Roda" interpreta Chico Buarque. Muito bom

Na edição do Goldbach, vemos a apresentação do grupo carioca "Sururu na Roda" no programa Sr. Brasil da TV Cultura, exibido em 25/07/2006. O grupo tocou uma excepcional seqüência de quatro sambas clássicos de Chico Buarque: "A Rita", "Samba do Grande Amor", "Homenagem ao Malandro" e "Feijoada Completa". Muito Bom!

"Corra e olhe o céu" com Nilze Carvalho e o Grupo Semente

A música popular brasileira é riquíssima de talentos, neste post, a genialidade da velha geração, simbolizada pelo Mestre Cartola, e da nova geração do samba com a  "menina" Nilze Carvalho e o Grupo Semente.
Talento de sobra. Maravilha
Ronaldo

Nilze Carvalho canta com o Grupo Semente a canção "Corra e olha o céu", composição de Cartola e Dalmo Casteli, no programa "Sarau" em Homenagem aos 100 anos de Cartola.
A biografia da Nilze Carvalho, está publicada no Lá na Lapa:
Chupeta na boca e cavaquinho no colo, aos cinco anos, tocando "Acorda Maria Bonita", de Antônio dos Santos.
Foi nesse cenário que o talento de Nilze Carvalho foi descoberto por seu irmão mais velho. Ao perceber sua sensibilidade musical, seu pai, também músico, lhe deu um cavaquinho e passou a se apresentar ao seu lado.
Aos sete anos, Nilze já havia participado de diversos programas na extinta TV-Rio e no Fantástico, programa da Rede Globo, e do 1º Festival de Choro do João Caetano, no posto de menina-prodígio.
Carreira
A instrumentista, dos 11 aos 14 anos, gravou a série de LPs Choro de Menina – Volumes 1, 2, 3 e 4 –, como bandolinista, e Chorinho de Ouro.
Apresentou-se e participou de gravações em diversos países, como Estados Unidos, Itália, França, Argentina, Japão, Suíça, Espanha, China e Austrália.
Em 2005, Nilze foi indicada ao Prêmio Tim na categoria de melhor cantora de samba, com o CD Estava Faltando Você.
Nilze também cantou e tocou no espetáculo O samba é minha nobreza, produzido por Hermínio Bello de Carvalho, e no show Lembranças cariocas, que resultou em um CD produzido por Lefê de Almeida, além de contribuir musicalmente para o teatro, em De Getúlio a Getúlio: A história de um mito, de Sérgio Britto, Soppa de letra, de Pedro Paulo Rangel e O homem, a mulher e a aposta, de Maria Helena Kühner.
A cantora também participou da gravação dos DVDs Gafieira, de Zeca Pagodinho, Cidade do Samba, ao lado de Dona Ivone Lara, e Nei Lopes, com o ilustre sambista.
Sambista já consagrada, contribuiu com grandes nomes da música popular brasileira e internacional, como Dona Ivone Lara, Alcione, Zeca Pagodinho, Zélia Duncan, Jair Rodrigues, Zé da Velha e Silvério Pontes, Mart´nália, Olívia Hime, Sadao Watanabe, Stephano Bollani e tantos outros.
Nilze Carvalho é cantora e cavaquinista com o grupo Sururu na Roda!

A letra está disponibilizada no site Letras.terra.com.br

Corra e olhe o céu
Composição: Cartola / Dalmo Casteli

Linda!
Te sinto mais bela
E fico na espera
Me sinto tão só
Mas!
O tempo que passa
Em dor maior
Bem maior...

Linda!
No que se apresenta
O triste se ausenta
Fez-se a alegria
Corra e olhe o céu
Que o sol vem trazer
Bom dia
Aaai!
Corra e olhe o céu
Que o sol vem trazer
Bom dia...

Linda!
Te sinto mais bela
Te fico na espera
Me sinto tão só
Mas!
O tempo que passa
Em dor maior
Bem maior...

Linda!
No que se apresenta
O triste se ausenta
Fez-se a alegria
Corra e olhe o céu
Que o sol vem trazer
Bom dia
Aaai!
Corra e olhe o céu
Que o sol vem trazer
Bom dia...

sábado, 5 de março de 2011

Voto em "lista fechada" uma armadilha para a democracia.

Uma das discussões em torno da reforma política iminente, é a chamada "lista fechada" de nomes que concorrem pela legenda, que aliada ao financiamento público das campanhas, vão significar um gigantesco retrocesso da nossa incipiente democracia.
Ao invés de aperfeiçoarmos o sistema eleitoral, que é justamente a base do sistema democrático, pois deve oferecer as condições para que os eleitores possam escolher livremente entre os candidatos registrados de qualquer partido, o de sua preferência, essa formatação vai possibilitar os arranjos internos partidários mais espúrios.
A sociedade deve rechaçar com veemência esse tipo de conveniência partidária. Seria a premiação do caciquismo político, tudo de mais nefasto que poderia acontecer no âmbito político. Os que propugnam essas regras não querem nem se dar ao luxo de fazer qualquer esforço em se eleger, basta ser  integrante da "panela" dos donos do partido. Uma vergonha, além do mais, os partidos já contam com verbas para sua manutenção, além do horário gratuito disponibilizado com recursos federais.
Devemos lutar sim pelo fortalecimento da democracia interna nos partidos, com a valorização dos filiados, lutar pela adoção do voto distrital, pelo fim do sistema proporcional, pelo fim do voto obrigatório e pela financiamento de campanha pela sociedade, que consciente das propostas do candidato tem o direito de apoiá-lo.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Reforma política: Alguns pontos importantes a serem debatidos

Gostaríamos de deixar claro alguns pontos que defendemos quanto a Reforma Política que se faz necessária, que tem como objetivo o aperfeiçoamento da nossa democracia.
Somos a favor da
- Adoção do voto livre, isto é, não obrigatório.
- Adoção do voto distrital. Os parlamentares estaduais e federais mais votados do distrito tomam posse (voto majoritário). Temos dois critérios para quantificar o distrito eleitoral, o primeiro leva em consideração o número de eleitores brasileiros (135,8 milhões de eleitores) e o número de cadeiras na Câmara Federal (513), no caso, cada distrito eleitoral deverá ter aproximadamente 264.000 eleitores e ser contido na unidade federativa. O segundo critério seria estabelecer o número mínimo de parlamentares do estado com a menor população, teríamos aí o parâmetro para estabelecer os demais.
- Acabar com a figura dos suplentes de Senador. No impedimento do titular o seguinte mais votado do Estado toma posse.
- Financiamento de campanha: Os partidos já recebem uma verba anual para sua manutenção, além disso, tem o horário público gratuito, pago com recursos federais. Para o financiamento de campanha, cada candidato deve buscar os recursos necessários, com critérios estabelecidos em lei. As pessoas físicas e jurídicas podem efetuar doações, até determinado teto, desde que relacionada sua identidade junto ao comitê de campanha, TRE e TSE, sendo assim transparente a origem dos recursos financiadores de cada uma das campanhas.
- A não coincidência das eleições municipais, estaduais e federais. Os mandatos legislativos, executivos e do judiciário (Tribunais de Justiça, Tribunais Superiores, Tribunais de Conta) serão de 6 anos e as eleições a cada 2 anos.
- Conforme o tipo de lei, antes de entrar em vigor, deverá ser submetida a referendo público ou a abertura de prazo para constestá-la, sendo que alcançando determinado número será automáticamente vetada.
- Parlamentar eleito, se optar pelo não exercício do mandato (aceitar um cargo na administração por exemplo), automaticamente perde o mandato, exceção a casos de tratamento de saúde.

Convidamos os cidadãos brasileiros a contribuirem, opinando e dando sugestões.
Ronaldo São Romão Sanches
e-mail: ronaldo.autonomista@gmail.com

Almoço Beneficente com renda para a Casa da Criança Peniel, em Campo Grande-MS, dia 20/03 (domingo)


As casas Peniel abrigam crianças e adolescentes, a maioria delas estão a espera de adoção.
Vejam o depoimento da nossa amiga Elainy Garcia:
"Frequento a Casa Espírita Renovando Atitudes, trabalho com a evangelização infantil lá, e tambem no Centro Espírita Caminheiros de Jesus - Lar Mãe Mariana.
No semestre passado trabalhei com as crianças da casa Peniel 1 e 2. Eles possuem atualmente cinco casas que abrigam crianças e adolescentes, a maioria delas estão a espera de adoção. Sao crianças imensamente queridas, e necessitam serem cuidadas com muito carinho.
A casa Peniel faz um trabalho muito bonito e de grande responsabilidade, e os gastos sao muitos, alimentação, transporte das crianças menores, moradia e tudo o mais que necessitam para viverem com dignidade.
Estão promovendo este almoço para arrecadaçao de verbas, auxiliando nos gastos que efetuam com as crianças.
Gostaria, se possível, que divulgasse nos seus contatos o convite do almoço. Eles precisam vender trezentos convites ate o dia 20/03, e as pessoas que estão responsaveis por este almoço são pessoas que trabalham nos abrigos o dia todo, elas tem pouco tempo disponível para oferecerem os convites.
Agradeço sua atenção, 
Elainy Garcia"

Os convites já estão a venda em todas as unidades da casa da criança.
Valor: 15,00 (quinze reais)
LOCAL DO ALMOÇO: Sest Senat
Dia 20 de março de 2011 (domingo) - 11:30hs
Rua Raul Pires Barbosa, 1752 - Chácara Cachoeira
Campo Grande-MS

Caso se interesse entre em contato!
nos telefones: 3341-0572 e 8148-8672, com Maira ou Joana
sobre o Projeto: Casa da Criança Peniel

quarta-feira, 2 de março de 2011

Por trás da MÁSCARA

“Mãe, cadê minha máscara/Eu sei que é preciso uma máscara/O mundo inteiro usa máscara/Embora seja de forma estranha/Ela abriga e conduz/Todo nosso viver/Basta apenas estar triste ou alegre/Que a máscara em nós se reflete/Num carnaval abstrato/Mostrando que o homem/Se esconde em seu atos/Porque ele e o medo/Andam de braços dados/Trocando beijos e abraços”. Esta canção, intitulada Máscara, que compõe o álbum Garimpo, é de autoria do compositor e poeta mineiro Régis D’Almeida. Encontra-se na música em questão uma leitura instigante sobre as dificuldades enfrentadas pela humanidade em administrar a autoestima e a vaidade, que compõem o dueto basilar responsável por nossa identidade.

Considerando a família como o primeiro grupo de convivência social, aprendemos desde pequenos a ficar atentos à percepção externa dos nossos comportamentos. O reconhecimento positivo dos outros confere uma espécie de atestado de aceitação às atitudes adotadas individualmente, trazendo, assim, uma sensação agradável de pertencimento e validação. Desse modo, somos treinados a investir uma série de esforços para fundamentar a nossa vaidade, que representa um investimento maior no belo do que na graça. A composição desse “capital erótico” vem da coleção de adesões à nossa performance pessoal. Colocar o outro como supremo árbitro da nossa personalidade traz como prejuízo individual o disfarce das fragilidades, por conta do medo da rejeição e do fascínio pelo sucesso. Por conta dessa prática, a exibição amplificada das qualidades tem levado muitos a se preocuparem excessivamente com o julgamento alheio.

Admitir as limitações é considerado, erroneamente, uma forma fatal de “entregar os pontos”, fazendo com que o sujeito seja considerado um “perdedor” pelos demais. Criticando a ditadura da eficiência total, Fernando Pessoa, em Poema em linha reta, já denunciava: “Nunca conheci quem tivesse levado porrada./Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo./[...] Quem me dera ouvir de alguém a voz humana/Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;/Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!/Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam./Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?/Ó príncipes, meus irmãos,/Arre, estou farto de semideuses!/Onde é que há gente no mundo?”.

Infelizmente, a estética (beleza) tem falado mais alto do que a ética (virtude). Isso acontece porque a imagem passou a ser o cartão de visita para um conteúdo pessoal cada vez mais condicionado e determinado a cumprir modelos comportamentais consagrados pela etiqueta social. Nesse sentido, a conveniência rege os princípios da convivência, ou seja, a sinceridade – a prática do “cara a cara” como vetor da verdade – é policiada pela dissimulação orquestrada pelo “baile de máscaras”, em que o ato de fingir triunfa sobre a dinâmica do ser. A vaidade está para a aparência assim como a autoestima está para a essência. A crise de identidade se instala quando não queremos, por razões conscientes e inconscientes, que a máscara se desgrude do rosto. O papel social, cumprido de maneira desmedida, nos leva a cometer “papelões” individuais.

A anulação inviabiliza o amor próprio e consequentemente o amor ao próximo. O homem de ação se desfigura em um homem de omissão. Conforme salientou o músico Regis D’Almeida, escondendo-se em seus atos, o indivíduo faz uso da máscara para expor uma coragem artificial, já que o medo de se conhecer e de se sensibilizar é avassalador. Prefere-se, assim, cantar o medo que esteriliza os abraços a cantar o amor, que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos, segundo a avaliação poética perspicaz de Carlos Drummond de Andrade, expressa em Congresso Internacional do Medo.

A percepção autêntica da alteridade encontra-se bloqueada por conta de uma fobia social que hipocritamente vem sendo acobertada pelo princípio da “tolerância”. Explico: essa palavra produz um “sequestro semântico”, pois quando alguém a usa está querendo dizer apenas que “suporta” o outro. Ou seja, baseia-se na indiferença, na falta de envolvimento de ambas as partes. Significa dizer: “Eu suporto você, aguento. Você não é como eu, aceito isso, mas continuo sendo eu mesmo. Não quero ter contato, só respeito a sua individualidade”. Em vez de utilizar a palavra “tolerância”, prefiro outra: “acolhimento”. Há uma diferença entre “tolerar” quem não tem as mesmas convicções que eu e “acolher” suas convicções. Porque acolher significa que eu o recebo na qualidade de alguém como eu. Atualmente está disseminada a noção de que é preciso haver políticas de tolerância, quando, no meu entender, deveria se trabalhar de fato com políticas de acolhimento, em que o “outro” tem o mesmo status que “eu”. Do ponto de vista ético, a noção de acolhimento supõe que o outro não seja visto como forasteiro, estrangeiro ou alheio.

Considerando o estranhamento coletivo em vigor, resultado de um estado de alerta paranoico, vivemos em regime de agrupamento, enfraquecendo, assim, o sentimento de comunidade. Na concepção do filósofo Mario Sergio Cortella, em Nos labirintos da moral, “uma comunidade são pessoas juntas com objetivos partilhados, mecanismos de autopreservação e estruturas de proteção recíproca”. A questão central da ética é justamente a formação de comunidades, e não de agrupamentos. É claro que o conflito é inerente à convivência, mas o que não pode existir, que é típico do agrupamento, é o confronto. Afinal de contas, o conflito representa divergência de postura, mas visando à continuidade da relação. O confronto é a busca da anulação do outro. Praticar a alteridade, portanto, é saber ultrapassar o muro do temor (o medo) para construir pontes de respeito mútuo (o amor).

O autor, Marcos Fabrício Lopes da Silva, é Jornalista formado pelo Centro Universitário de Brasília (UniCEUB). Doutorando e mestre em Estudos Literários/Literatura Brasileira pela Faculdade de Letras da UFMG. O artigo foi publicado na coluna Opinião, do Boletim da UFMG, do dia 14/02/2011

Morre a coruja chutada por jogador em partida de futebol na Colômbia. Uma covardia.

Vejam o gesto covarde desse jogador idiota, chutando uma inocente coruja que havia sido atingida por uma bolada, numa partida de futebol na Colômbia. Dá para perceber que os torcedores ficaram indignados com sua atitude. A coruja não suportou o trauma e morreu.
Creio que o jogador deve ser punido tanto pela federação esportiva como pelas autoridades ambientais do país.
Uma covardia e péssimo exemplo.
Ronaldo

Tem condições de aceitar uma Reforma Política com uma turma dessas?

Os Congressistas que aí estão, devem achar que o povo é idiota. 
No mínimo subestimam a capacidade de reação do povo. Acredito que fazem isso justamente por acreditarem na falta de consciência de cidadania da maioria dos brasileiros.
Arranjos internos do PT foram homologados pelos componentes dessa importante Comissão, elegendo por 54 votos, tendo dois em branco, o deputado João Paulo Cunha (PT-SP), para presidir o colegiado, sendo que ele é réu no processo conhecido como "mensalão", em andamento no Supremo Tribunal Federal.  Ele foi indicado pelo PT para o cargo e foi candidato único.
Busquei no site da Câmara, a relação dos componentes da Comissão, e encontrei no endereço: http://www2.camara.gov.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-permanentes/membros-de-todas-as-comissoes
O interessante é que nenhum dos parlamentares que se dizem da oposição se manifestaram contra, dando a entender que aprovaram a escolha, e olha que são vários deputados do PSDB, DEM e não sei mais qual partido da lista que pode ser considerada oposição. Na realidade ninguém é oposição, pura "firula".
Tem condições de aceitar uma Reforma Política com uma turma dessas?
Mais informações: CCJ da Câmara confirma réu do mensalão como presidente

Caso Henrique Carvalho: agressor é considerado inimputável

Li no G1, a notícia ‘Estamos chocados’, diz tia de agredido com taco de beisebol. É o caso do designer Henrique de Carvalho Pereira, agredido em dezembro de 2009 com um taco de beisebol, na Livraria Cultura, na Avenida Paulista, em São Paulo, e  que após dez meses internado faleceu em outubro de 2010. 
A família ficou surpresa e chocada com a decisão da Juíza Carla de Oliveira Pinto Ferrari, da 1ª Vara do Júri de São Paulo, tomada no dia 28 de fevereiro, segundo a assessoria do Tribunal de Justiça de São Paulo,  e que considerou  o agressor, o personal trainer Alessandre Fernando Aleixo, inimputável. A decisão foi embasada em laudo pericial que concluiu que o réu é portador de transtorno delirante persistente, o que o torna totalmente incapaz de entender o caráter ilícito de sua conduta. Em sua sentença, a juíza determinou ainda a aplicação de “medida de segurança consistente em internação em hospital de custódia pelo prazo mínimo de um ano, até que seja constatada a cessação de sua periculosidade”.
Não temos acesso ao processo ou mais informações, para emitirmos uma opinião mais abalizada, mas nos sensibilizamos com a dor da família com o ocorrido e com a inquietação no que concerne a que a justiça seja feita. Creio que a família e a sociedade em geral precisam de mais explicações, até para que não aumente o descrédito em que a Justiça se encontra há tanto tempo, aumentando na mesma proporção o sentimento de impunidade por crimes cometidos nas mais diferentes esferas.
Que fique clara questões como: O que deve acontecer com o agressor após esse prazo mínimo de um ano? Será que após constatada a cessação da periculosidade o agressor será colocado em liberdade e não precisará responder pelo ato insano que fêz? Tendo a liberdade o agressor não corre o risco de cometer outro ato semelhante? Se colocado em liberdade quem ficará responsável pelas suas ações?