sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Eleições, como fortalecer a democracia

A realização de eleições, de vereador a presidente da República, defendida por algumas lideranças políticas, com mandato de seis anos para todos os cargos, sem direito à reeleição, traz alguns benefícios aparentes, como diminuição das despesas representadas pelas campanhas e pelo processo eleitoral em geral, mas em compensação, a sociedade perde muito mais, pela redução da oportunidade de aprofundar os debates acerca das análises e resolução dos problemas a serem enfrentados.

Deveríamos nos preocupar em estudar um meio de como escolher melhor nossos governantes e representantes no Congresso Nacional, Assembléias Estaduais e Câmaras Municipais, e se nos esforçarmos um pouco vamos descobrir que é essencial melhorar o processo eleitoral. Escolhas erradas causam muitos prejuízos a todos, precisamos nos conscientizar disso. São muitos temas complexos a serem abordados e analisados numa eleição, e nem sempre os eleitores escolhem os melhores candidatos, por uma série de motivos.

Devemos dar um passo à frente na maneira de escolher. Devemos facilitar esse processo da escolha e não dificultá-lo. A separação das eleições em municipais, estaduais e federais é um bom começo. Os partidos serão fortalecidos, o processo de escolha por parte dos eleitores ficará mais fácil e a Nação sairá ganhando sob todos os aspectos. Esse assunto, sem dúvida, deve ser incluído na pauta da Reforma Eleitoral.

Será bem mais fácil discutir as melhores propostas para cada um dos níveis de poder separadamente. Concentraríamos nossas atenções em cada eleição, com temas específicos aos municípios, estados e federação. Ganharíamos na qualidade dos debates, e isso é importante para elevarmos o nível e assim facilitar a escolha das melhores propostas. Os Diretórios Municipais, Estaduais e Nacionais dos Partidos, serão os responsáveis de fato pelas coligações, que poderão ser realizadas de maneira mais eficiente e democrática.

A Nação como um todo poderá se debruçar de uma maneira mais intensa nas propostas dos candidatos. Hoje as urnas eletrônicas são uma realidade, devemos fazer uso mais freqüente dessa facilidade, viver mais intensamente a democracia, que é o sistema político ideal e que respeita a vontade da maioria. Nos temas mais polêmicos, porque não utilizamos com mais freqüência o recurso do plebiscito? Um exemplo disso é a recente obrigatoriedade de dispositivo antifurto nos veículos, onerando o preço do bem e não garantindo o patrimônio, pois há informações de que os dispositivos podem ser fraudados com facilidade pelos ladrões. Sem dúvida, poderia ser item opcional, como tantos outros existentes. Tudo indica que houve pressão de muitos lobbies para aprovação da lei. Em países desenvolvidos, uma obrigatoriedade desse tipo seria facilmente rechaçada pelos cidadãos, que a derrubariam rapidamente.

Somos um país abençoado por Deus e com um futuro magnífico, mas que exige um preparo cada vez maior daqueles que vêm com propostas de governo e de solução dos mais variados problemas que enfrentamos. Outro exemplo: hoje nos defrontamos com altos índices de violência, principalmente nos grandes centros urbanos, e vemos quase uma incapacidade de serem encontradas as soluções. Por que a sociedade não discute as prioridades a atacar? Sabemos que os momentos eleitorais são especiais para essas discussões, até para aferirmos os conhecimentos e as propostas dos candidatos.

Para aqueles que irão dizer que o custo seria mais elevado ao realizarmos eleições dessa maneira, poderíamos perguntar se governantes mal escolhidos não trazem um prejuízo muito maior?

Os mandatos poderiam ser de seis anos, com possibilidade de renovação, e as eleições de dois em dois anos. Com julgamentos populares mais amiúde, os partidos e detentores de mandatos vão se esforçar em executar bem seus projetos, visando a "vôos" mais altos. Isso com certeza irá fazer com que os partidos se fortaleçam, se preparem e se organizem melhor, procurando contar com os melhores quadros. Ao contrário, quando concentramos as eleições para todos os cargos numa só época, ficamos um tempo excessivamente longo sem o exercício das urnas.

Ao adotarmos essa norma simples, da separação das eleições, com certeza ganharemos todos nós.

Ronaldo São Romão Sanches. Administrador, cursando pós graduação em Planejamento Estratégico. Artigo publicado no jornal Correio do Estado, de Campo Grande-MS, dia 13/09/2007, no jornal O Progresso, de Dourados-MS, dia 13/09/2007: http://www.oprogres so.com.br/ not_view. php?not_id= 31786 e no Jornal da Cidade, de Bauru-SP, dia 06/09/2007: http://www.jcnet. com.br/busca/ busca_detalhe200 7.php?codigo= 112414

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