terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Falta de profissionais médicos, um problema nacional.

Recebi um e-mail de um amigo (Antônio Jésus, de Viçosa-MG) em uma lista de discussão que participo (TNS-BR, das Instituições Federais de Ensino), cujo assunto me chamou a atenção. É uma reportagem feita pela Fernanda Nogueira, do G1, em torno do Censo do Ensino Superior divulgado pelo Ministério da Educação em dezembro do ano passado, que trata da evasão de alunos de cursos superiores, com uma excelente abordagem do assunto pelo Pesquisador Oscar Hipólito, do Instituto Lobo para o Desenvolvimento da Educação, da Ciência e da Tecnologia e ex-diretor do Instituto de Física do Campus São Carlos da Universidade de São Paulo (USP). Além disso, a reportagem traz um link interessante sobre os dez cursos de graduação com maior número de alunos no país, destacando-se administração, direito, pedagogia e engenharia, do avanço dos cursos de graduação a distância com destaque para administração e pedagogia. 
Estava meio corrido, e achei complicado acessar o Censo do Ensino Superior em busca de mais detalhes. Estou tentando ver onde está a posição dos cursos de Medicina num levantamento desses.
Acredito que a Saúde do país não funciona a contento, visto termos que arcar com custos elevados dos Planos de Saúde, pois quem depender apenas do SUS na maior parte dos casos estará em apuros, e uma das causas do problema é a falta de mão de obra médica.
Acho que tem dois caminhos para solucionar o problema da mão de obra médica, e ambos vão encontrar pela frente um lobby muito forte da classe médica a se opor.
Abertura de novos cursos (com qualidade) ou a permissão para atividade médica no país, de profissionais estrangeiros, a exemplo do que fez Portugal com os dentistas, já que naquele país quase que se tinha que vender um carro ou outro bem de valor para pagar tratamento dentário, e muitos dentistas brasileiros foram trabalhar lá. Não sei qual a situação hoje em dia a esse respeito.
Lembro que há um tempo atrás, o Estado do Tocantins abriu vagas para médicos cubanos trabalharem, já que não se conseguia recrutar médicos brasileiros que se interessassem na rede estadual de saúde, mesmo com salários atraentes. Resultado, entidades de classe "expulsaram" do país os médicos cubanos, acusando-os de profissionais com baixa qualificação.
Um dos gargalos ao tratarmos da saúde no Brasil é a falta de mão de obra de profissionais médicos, sendo assim, duas alternativas devem ser  consideradas pela administração pública, abre-se mais cursos de medicina ou importa-se mão de obra. Qual a sua opinião?

2 comentários:

  1. Sr Ronaldo,
    Nosso país é o segundo no mundo em número de faculdades médicas, só perde para a India, guardada as devidas proporções de população. Grande parte delas são particulares e não tem hospital de ensino, foram abertas por lobby político e não tem o mínimo controle de qualidade liberando do mercado médicos sem experiência prática. O país não proporcionará Residência Médica suficientes para complementar sua formação. Não temos falta de médicos, temos má distribuição, pois na faculdade são ensinados a diagnósticar com ressonância e tratar com medicamentos de ultima geração e quando vão para o interior muitas vezes não contam nem com um mero RX para auxiliar no diagnósticos e antibióticos de segunda geração são inimagináveis quanto mais os de última geração, além de prefeitos que prometem salários astronômicos, porém não pagam nada. Quantos médicos saíram do interior depois de meses trabalhados com as mãos abanando. Então eles vão para as capitais ganhar salários aviltantes e trabalhar por no mínimo 60 a 80 h semanais, dormindo mal, comendo mal e sendo espancados nos postos de saúde, pagando e sendo responsabilizado pela incopetência dos nossos governantes, tipo Lulinha que fala que o SUS funciona maravilhosamente bem. Muitos médicos estão desistindo de especialidades onde são considerados máquinas ou outras coisa ( pois máquina de vez em quando para pra manutenção) como pediatria, clinico. Há, médico também não pode ser humano, pois errar é humano mas o médico não pode errar. Você já viu que vítima de erro médico que relata estar processando por não querer que aconteça com outra pessoa o que aconteceu com ela, não quer a suspensão ou cassação do médico, quer dinheiro! Há algum tempo atrás africanos iam para França estudar medicina e quanto voltavam para Africa deixavam seus conterrâneos morrer de Malária e outras doenças tropicais e da miséria, pois não sabiam diagnósticar. O CFM não quer expulsar ou fechar as portas a médicos estrangeiros, quer que eles tenham o mínimo de qualidade, quer que eles façam um teste para avaliar o conhecimento, presumo que vc preze a qualidade também. Não tenha uma visão microscópica de que os médicos estão apenas protegendo o seu mercado de trabalho, haverá muito espaço, muitos estão infartando e morrendo, outros desiludidos tentando outras carreiras e os mais jovens realistas priorizando qualidade de vida, familia, saúde, respeito, escolhendo homeopatia, acupuntura etc. Não posso acreditar que estas idéias manipuladas e propagadas a massa burra pelo poder público tenha encontrado morada em uma pessoa tão inteligente e politicamente engajada como vc.

    Atenciosamente,

    Uma médica que atendeu um monte de pessoas com toda atenção, não teve tempo de se alimentar, que em vários momentos teve dificuldades para diagnósticar por que o sistema não fez exames que tinha obrigação de fazer, teve dificuldades para tratar por que FALTOU medicação, vaga para internar, profissional da enfermagem, fisioterapeuta, bioquimíco, profissional de laboratório e material de laboratório.

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  2. Prezada Médica.
    Apesar de não gostar de tratar com anônimos, vou comentar o e-mail que endereçou a mim.
    Não desmereço de forma alguma a nobre atividade médica. Também acho que o Médico como outras pessoas, devem ter a justa recompensa pelo trabalho realizado. Devem ter o merecido descanso, a merecida qualidade de vida.
    Na realidade o ponto central, que gostaria de chamar atenção ao escrever o artigo é que considero o corporativismo um dos maiores entraves ao progresso, mas gostaria de evidenciar que esse mal não é privilégio da classe médica, mas de todas aquelas classes que galgam poder dentro da sociedade. Temos exemplos todos os dias em todas as áreas, infelizmente.
    Continuo com o mesmo ponto de vista.
    Obrigado pela participação.
    Ronaldo

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